segunda-feira, 22 de outubro de 2012

horas inteiras

o movimento dos ponteiros de segundos
perduram entre os sorrisos falsos
sobre o piano calado
todos datam a eternidade

quem dera a velocidade dos carros

desse o compasso do tempo
preso nas celas por cordas
de minha goela seca

não há amor na revolução

há apenas retratos mudos
desbotados pela distância
e por lembranças deturpadas

quem dera essas balas do tambor

de meu revolver fossem palavras
e estourassem o vazio do tic-tac
que trago em minha cabeça 


 Larissa Marques

[postado por valder]