segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Palavra

Para mim restou a palavra
truncada, inaudita, imprecisa...
e o silêncio de um calar
insensato que se faz por dor
ou cansaço de falar

palavra que nada pode

contra um sem fim
de ouvidos desatentos
em diálogos de pedra
semeando escuridão

palavra que se contorce

quase sem força
quase sem ar
no descompasso
cardíaco do existir

palavra sem a pretensa razão

balbuciada como reza
bálsamo inefável
aurora mágica
de um plano inexplicável

para mim restou a palavra

translúcida,
insípida,
imprecisa...
e o silêncio
de um vazio que não cala

[postado por valder valeirão]

Nenhum comentário: