sábado, 8 de setembro de 2012

Cárcere

Meu silêncio é triste

como uma lágrima

quente

descida de amargura

e pranto.

É negro

como a noite

que fica só

de madrugada

assistindo

a calma

da neblina.

É frio como um vale

de ossos

secos

sem luz.

Queima,

gritantemente,

dentro do peito

e lixa

a pele

por acalento.

Meu silêncio é agudo

como zunido

agoniante de paz

e retidão.

É presente

como a tristeza

da ausência

do sol

e a doença

de uma criança.


E na busca de mim mesma

meu silêncio sou eu

Face a face

com minhas palavras

Me dispo e me acolho

Me derramo e me amarro

Me lavo e me dilato

rogando

 palavra por palavra

libertação.

[Ediane Oliveira]

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