Olha só o que se vê da janela,
Lindos quadros, de tristonhos,
são luz.
A malícia é um ser que seduz.
Por Augusto tude em forma
de cruz.
Olho e me calo,
finjo não entender.
Espero e não falo,
para enfim esquecer.
Da janela, vinham palmas eufóricas.
Do palco, a desolação.
A calçada estava cheia de folhas.
Em uma noite de vendaval.
Olho e me calo,
finjo não entender.
Espero e não falo,
para enfim esquecer...
que o poeta não quer amor,
o poeta não quer amar.
o poeta vive na dor,
na dor do seu olhar.
Gabriel Borges
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