Meu silêncio é triste
como uma lágrima
quente
descida de amargura
e pranto.
É negro
como a noite
que fica só
de madrugada
assistindo
a calma
da neblina.
É frio como um vale
de ossos
secos
sem luz.
Queima,
gritantemente,
dentro do peito
e lixa
a pele
por acalento.
Meu silêncio é agudo
como zunido
agoniante de paz
e retidão.
É presente
como a tristeza
da ausência
do sol
e a doença
de uma criança.
E na busca de mim mesma
meu silêncio sou eu
Face a face
com minhas palavras
Me dispo e me acolho
Me derramo e me amarro
Me lavo e me dilato
rogando
palavra por palavra
libertação.
[Ediane Oliveira]
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